Em um texto recente li a seguinte questão: O jornal impresso vai acabar? Sobre o impacto da internet nas mídias impressas. Mas esta semana aconteceu algo que me faz perguntar algo? O jornalismo morreu?
Quando o “promoter”(?) David Brazil divulgou a noticia da morte de Amin Khader no microblog Twitter. Este que trabalha como repórter na emissora foi dado como morto, e essa “notícia” circulou pela internet em questão de horas. Várias empresas de comunicação não se deram o trabalho de fazer a tradicional tarefa de todo jornalista, que se aprende no primeiro período nas faculdades de jornalismo: confirmar a notícia verificar a fonte, evitar a famosa “barriga”. O jargão jornalístico tem um termo - "barriga" – o qual designa as bobeadas dos jornalistas, assim como lança mão de outro - o "furo" - para indicar aquela notícia "bomba" veiculada exclusivamente por um veículo. A imprensa, aqui e lá fora, tem acumulado, ao longo do tempo, uma série de deslizes informacionais dignos de nota.
A Internet tem propiciado, pela aceleração da informação (e com certeza pela falta de atenção e espírito critico de muitos jornalistas), outras "barrigas”, mas em tempo de Twitter, redes sociais e celebridades instantâneas, algumas empresas de jornalismo parecem esquecer das regras aprendidas na faculdade, e com uma preguicinha típica de Macunaíma, copiam e colam, e publicam o que ex-BBB’s ou artistas de TV, ou algo parecido publicam nas redes sociais. E os critérios jornalísticos ficam boiando escondidinhos em algum lugar nas gavetas, entre mouses com defeito e quem sabe, manuais de redação e estilo. Decretando de certa forma, a morte do jornalismo tradicional.
Quando Orson Wells transmitiu a adaptação de Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, atualizando a história para o presente e alterando o formato para o de noticiário, sem avisar aos seus ouvintes, criou pânico generalizado, telefonemas desesperados para a polícia, grupos armados saindo pela noite em busca dos marcianos, pessoas cobrindo as janelas com panos úmidos e americanos preferindo o suicídio à morte por gás venenoso, como se todo o país tivesse acreditado estar ouvindo uma descrição real de uma invasão do espaço. Também nesse momento, o papel do jornalismo adaptado à nova mídia que surgia, no caso o rádio, foi estudado, criando novas regras, e ética para os novos tempos, um novo jornalismo.
Claro, impossível comparar o talento e importância de Orson Wells com David Brazil(??!)mas a preocupação central é: como notícia, que se espalhou pela maioria dos veículos de comunicação, foi confirmada inclusive pelo jornalismo da Rede Record, onde trabalha Amin Khader.? Sendo que durante a transmissão do programa "Hoje em Dia", um correspondente do Rio de Janeiro entrou ao vivo noticiando o ocorrido.
Será que não chegou o momento de se perguntar até onde vai preocupação com as “celebridades”, e a atenção a critérios mínimos jornalísticos devem ser levados mais em conta?
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