sexta-feira, 25 de abril de 2014

A "Guerra" da UPP.



A palavra "pacificada" significa que para algum lugar foi trazida a "paz". Logo, aquele lugar antes estava em "guerra". Paz, em guerra, só se consegue quando um dos lados se rende, ou é derrotado completamente. O  que implica também dizer, que, se há guerra, esta é contra um inimigo declarado. Logo, o governador do estado do Rio de Janeiro, ao impor sua política de Unidades de Política Pacificadora, nas favelas "pacificadas", declarou que os favelados da cidade são seus inimigos de guerra. Mas ele esquece que essa sensação pode e tem se mostrado recíproca. Muitos moradores tem considerado o governador, e seus representantes mais visíveis, a Polícia Militar, seus inimigos.
Vide as constantes manifestações em favelas invadidas por esses "pacificadores", que com suas armas caríssimas, mas sem tato para lidar com a população pobre, acaba provocando mais e mais revoltas, ao atirar primeiro e culpar depois.
De que adianta gastos absurdos com armamento pesado, e propaganda nas mídias mais pesada ainda, se a lógica é a do enfrentamento contra um inimigo: a população favelada. E não contra elementos criminosos - poucos -, que possam eventualmente estar naquele local?
Uma verdadeira política pública de segurança que lutasse contra o tráfico de drogas deveria incluir: a descriminalização da Maconha, melhoria das condições da Educação, geração de  empregos, além do aumento dos salários dos policiais e de suas condições de trabalho.
Quaisquer outras ações são meramente políticas públicas de "outdoor", para inglês ver e eleitores votarem. E como tal não duram mais do que um mandato, ou menos.
Um estetocópio de um médico, um giz, ou uma gangorra para uma criança, custam bem menos do que um fuzil importado de Israel, ou uma bomba de gás.
Mas o governador prefere pacificar, ou melhor, guerrear, com o povo favelado, em vez de educar, levar saúde pública ou lazer para a favela.
O resultado? Mais protestos como os praticamente em toda semana, . E outros mais virão.

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